Bienal é marcada por diversidade e grande público

A 27ª Bienal Internacional do Livro, realizada no Distrito Anhembi em São Paulo, recebeu um público estimado em mais de 600 mil pessoas, em dez dias de evento.

Com o tema “Quem lê faz grandes amigos”, o maior evento cultural da América Latina reuniu escritores, ilustradores, leitores e profissionais do setor em um espaço amplo e democrático, celebrando a diversidade e a representatividade em obras de diversos gêneros, com autores de todo o Brasil e exterior.

Um dos grandes destaques desta edição foi o espaço cordel e repente, com muita música, poesia, cordelistas, autores e artistas da cultura nordestina.

O evento destacou ainda a importância da leitura para aproximar leitores e conectar gerações, com espaços para a literatura infantil e infanto juvenil.

Neste segmento, o editor, professor e historiador Wilson Júnior, natural de Fortaleza, lançou seu segundo livro, “Trama Ancestral”, que tem como tema a ficção fantástica baseada na mitologia axânti, representada pela entidade Anansi, que aparece em contos africanos como um Deus aranha. “Desta vez, eu queria trabalhar uma narrativa que se passasse no Brasil Colônia, que tivesse a escravidão como tema central, e queria, particularmente, trabalhar com uma entidade que acabou não permanecendo na cultura brasileira, que é o Anansi”, explica o autor. “No fim das contas, ‘Trama ancestral’ é a história de um homem sem memória que faz uma barganha com Anansi, que quer libertar o povo dele, que está escravizado. E, se ele ajudar a libertar esse povo, Anansi devolve as memórias dele. Então, é a jornada de um homem em busca dele mesmo, em busca das próprias histórias e, obviamente, em um ambiente fantástico. É uma obra que dialoga muito com História, mas também a fantasia”, conclui Wilson.

Estudantes de todas as idades estavam entusiasmados, enfrentando filas para autógrafos e fotos com seus escritores prediletos, como foi o caso de Mavi Bueno, que esteve no evento para encontrar a escritora Larissa Lair, autora de obras como “Incógnito” e “Vinte minutos & V”. “Sobre minha relação com a literatura, comecei a ler por causa de animes e gostei muito, especificamente de literatura russa. Acho que é a minha paixão “, contou Mavi, fã do escritor e filósofo russo Fiódor Dostoiévski.

Por: Karina Goda